Confirmou-se, infelizmente, o cenário mais negro para a Campo das Letras.
Seguramente que os mais penalizados serão todos os colaboradores (esse eufemismo pós-moderno para trabalhadores), mas é provável que o Jorge Araújo se sinta o mais desmoralizado, no mínimo!
Já anteriormente se lamentou aqui o facto, mas não deixo de reafirmar a minha solidariedade e o desejo de que tudo possa correr pelo melhor na vida de todos os envolvidos.
Uma editora que tem 1407 títulos no seu catálogo e três milhões de livros produzidos, representando 536 autores portugueses - alguns contemporâneos ilustres como Gonçalo M. Tavares, Manuel Jorge Marmelo, Altino do Tojal, etc. (espero que todos os outros me perdoem não os referir!) - e 318 estrangeiros - entre os quais os prémios Nobel Elias Canetti ou Pablo Neruda - não deveria desaparecer assim. Mas todos os esforços terão sido em vão, como é habitual neste nosso diminuto panorama cultural.
Se a Campo das Letras fosse uma instituição bancária, certamente que haveria um qualquer político apressado a defender a sua importância para a soberania e para a manutenção do sistema (editorial) nacional, promovendo apoios e patrocinando intervenções de toda a ordem... Como não é, mais vale deixar que seja submetida às leis deste mercado erudito!
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